Manuscrito cuervo, o humor na absurda tragédia da guerra

Este estudo parte da hipótese de que o humor foi o mecanismo que Max Aub conseguiu eleger para, em Manuscrito cuervo, narrar os traumas contraídos em ocasiões várias, abordar o peso que carregou consigo das tragédias vivenciadas. Entre elas, a Guerra Civil Espanhola, em que ele foi classificado com...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Amanda Berchez, Katia Aparecida da Silva Oliveira
Format: Article
Language:Spanish
Published: Universidade de São Paulo 2024-12-01
Series:Caracol
Subjects:
Online Access:https://www.journals.usp.br/caracol/article/view/220976
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Este estudo parte da hipótese de que o humor foi o mecanismo que Max Aub conseguiu eleger para, em Manuscrito cuervo, narrar os traumas contraídos em ocasiões várias, abordar o peso que carregou consigo das tragédias vivenciadas. Entre elas, a Guerra Civil Espanhola, em que ele foi classificado como “comunista perigoso” e, por isso, encaminhado para o campo de concentração de Le Vernet. Isso nos ajuda a entender a condição “entre-terras” do autor (que nasceu parisiense, se afiliou espanhol, regressou à França enquanto prisioneiro de guerra e, por fim, se refugiou no México), que mais pareceu ter sido prismada como impossibilidade de pertencimento e de situar sua individualidade. Foi donde reclamou um corvo para registrar experiências, em especial, da guerra, mas também adentrando problemáticas relacionadas, como exílio e identidade. Depreendemos que, pelo cômico, Aub violou a potência e a impenetrabilidade dos horrores que conheceu pelas mãos de outros “humanos”, embora nunca tenha disso se desvencilhado. Uma vez testemunha, sempre testemunha.
ISSN:2178-1702
2317-9651