ESPLENDORES E MISÉRIAS DE UMA METÁFORA: A CONSTRUÇÃO SOCIAL DA REALIDADE

Desde os anos 1960, numerosos trabalhos sociológicos francófonos e anglo-saxões usam a metáfora da «construção social da realidade» para abordar o estudo do mundo social. Útil no que ela participa da desnaturalização e da deseternização de certos fatos sociais, lembrando sua gênese e suas possíveis...

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Author: Bernard Lahire
Format: Article
Language:Gujarati
Published: Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) 2014-03-01
Series:Estudos de Sociologia
Online Access:https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revsocio/article/view/235304
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
Description
Summary:Desde os anos 1960, numerosos trabalhos sociológicos francófonos e anglo-saxões usam a metáfora da «construção social da realidade» para abordar o estudo do mundo social. Útil no que ela participa da desnaturalização e da deseternização de certos fatos sociais, lembrando sua gênese e suas possíveis transformações históricas, esta começa, no entanto, a incomodar a partir do momento em que se converte em uma expressão que se usa de forma mecânica, não questionada, e que torna-se por vezes o refugio de todos os lugares comuns hiper-relativistas, antirrealistas, antiobjetivistas e acríticos. Quando a metáfora sugestiva torna-se metástase incomoda, e a um trabalho critico que o sociólogo deve se ater se não quiser se deixar guiar pelos maus hábitos de linguagem e pelas associações automáticas de ideias frequentemente muito contestáveis. Destacarei neste artigo cinco lugares comuns que me parecem os mais frequentemente ligados hoje a uma deriva do «construtivismo sociológico».
ISSN:1415-000X
2317-5427