Timpanoplastia com enxerto medial ou lateral ao martelo: Comparação dos resultados funcionais

Introdução: a timpanoplastia refere-se ao procedimento cirúrgico de reparação da membrana timpânica, podendo ou não estar associada à reconstrução ossicular. A posição relativamente ao cabo do martelo na qual se interpõe o retalho gera ainda alguma controvérsia, existindo autores que advogam a sua...

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Main Authors: António Fontes Lima, Filipa Carvalho Moreira, Ana Menezes, Isabel Costa, Luís Dias
Format: Article
Language:English
Published: Portuguese Society of Otolaryngology and Head and Neck Surgery 2019-03-01
Series:Revista Portuguesa Otorrinolaringologia e Cirurgia de Cabeça e Pescoço
Subjects:
Online Access:https://journalsporl.com/index.php/sporl/article/view/2959
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Description
Summary:Introdução: a timpanoplastia refere-se ao procedimento cirúrgico de reparação da membrana timpânica, podendo ou não estar associada à reconstrução ossicular. A posição relativamente ao cabo do martelo na qual se interpõe o retalho gera ainda alguma controvérsia, existindo autores que advogam a sua colocação sob esta estrutura; outros autores defendem a colocação sobre o cabo do martelo, posição que, embora implique manipulação da cadeia ossicular com os riscos inerentes, dá suporte ao retalho. Objetivo: comparar dois métodos de colocação do enxerto na timpanoplastia, medial ou lateral ao cabo do martelo. Metodologia e métodos: trata-se de um estudo retrospetivo. Foram revistos os processos dos doentes submetidos a timpanoplastia tipo I entre 2013 e 2017. Foram selecionados doentes cujo enxerto utilizado foi a fascia temporalis. Os doentes foram divididos em 2 grupos: no grupo 1 incluíram-se os doentes cujo retalho foi colocado sob o cabo do martelo; no grupo 2 os doentes cujo retalho foi colocado sobre o cabo do martelo. Resultados: a média do gap aéreo-ósseo pré-operatório era de 24 décibeis (dB), e do gap pós-operatório de 12 dB. Não se verificou uma diferença estatisticamente significativa nos gaps AO pré-operatórios entre os doentes de ambos os grupos. Houve uma melhoria estatisticamente significativa nos gaps AO após a cirurgia em ambos os grupos, de 13 dB no grupo 1 e 11 dB no grupo 2; no entanto, a diferença entre ambos não foi significativa. Em 18,5% (n=13) de todos os casos verificou-se um agravamento do LTM da VO no pós-operatório, no máximo 7,5 dB; 10% dos casos verificaram-se no grupo 1 e 8,5% no grupo 2, sem diferença estatisticamente significativa entre ambos. Conclusão: de acordo com os nossos resultados, qualquer uma das técnicas de colocação do retalho em relação ao cabo do martelo é válida, conseguindo-se um bom resultado funcional com ambas.
ISSN:2184-6499