Saúde mental infantojuvenil: análise de itinerários terapêuticos em município de interior e sem Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis

Pesquisas sobre itinerários terapêuticos em saúde mental infantojuvenil têm sido conduzidas predominantemente em Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSij) ou em regiões equipadas com esses serviços. Visando expandir a compreensão desse campo, este estudo analisou os itinerários terapêu...

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Main Authors: Iagor Brum Leitão, Luziane Zacché Avellar, Thays Picoli Martins, Júlia Miloti, Tharssa Karolynie da Silva Negreiros Fernandes
Format: Article
Language:English
Published: Escola Nacional de Saúde Pública, Fundação Oswaldo Cruz 2025-02-01
Series:Cadernos de Saúde Pública
Subjects:
Online Access:http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0102-311X2025000101405&lng=pt&tlng=pt
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Summary:Pesquisas sobre itinerários terapêuticos em saúde mental infantojuvenil têm sido conduzidas predominantemente em Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenis (CAPSij) ou em regiões equipadas com esses serviços. Visando expandir a compreensão desse campo, este estudo analisou os itinerários terapêuticos de crianças e adolescentes atendidos pelo serviço de Equipe Multiprofissional em Saúde Mental - localmente conhecido como “Saúde Mental” - em um município de interior e sem CAPSij. Realizamos entrevistas semiestruturadas com 12 mães e dois pais, visando compreender as motivações para as buscas por cuidados, os locais percorridos e as experiências durante esse processo. Os dados foram analisados por meio da classificação hierárquica descendente, possibilitada pelo IRaMuTeQ. Quatro categorias foram formadas: (1) detecção inicial de necessidades; (2) motivações para busca de atendimento; (3) dinâmica do serviço; e (4) fatores que afetam a continuidade do cuidado. As escolas prevaleceram como as impulsionadoras da busca por cuidados, enquanto as unidades básicas de saúde atuaram mais como pontos de encaminhamento para especialistas. Psicológos(as) e psiquiatrias da Equipe Multiprofissional em Saúde Mental, fonoaudiólogos da Policlínica, e neurologistas da rede privada e do Centro Regional de Especialidades foram as especialidades mais frequentadas. A alta rotatividade de profissionais foi tida como a principal barreira ao acesso e à continuidade do cuidado. Ao contrário de outros estudos desenvolvidos em contextos com redes de serviços mais abrangentes, que frequentemente sugerem fortalecer as redes existentes de saúde mental infantojuvenil, este estudo destaca a necessidade de construir tais redes desde o início.
ISSN:1678-4464