O CONCEITO DE HÁBITO A PARTIR D’AS PAIXÕES DA ALMA DE DESCARTES
O dualismo cartesiano é alvo de crítica desde sua formulação e, conforme MerleauPonty, pode parecer contraditório sem a ideia de infinito positivo operante no grande racionalismo do século XVII. Nesse cenário, o dualismo cartesiano surge como: ou uma flagrante antinomia; ou dependente do conceito d...
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Format: | Article |
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Published: |
Universidade Estadual Paulista (UNESP)
2021-07-01
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Series: | Kínesis |
Subjects: | |
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O dualismo cartesiano é alvo de crítica desde sua formulação e, conforme MerleauPonty, pode parecer contraditório sem a ideia de infinito positivo operante no grande racionalismo do século XVII. Nesse cenário, o dualismo cartesiano surge como: ou uma flagrante antinomia; ou dependente do conceito de infinito positivo. Cumpre então questionar se Descartes já não teria estabelecido argumentos capazes de aclarar o que muitos críticos consideram impasses de seu sistema. Nesse sentido, o Tratado das paixões emerge como central, pois apresenta como o corpo, algo determinado, se une à alma, que é livre, sem que isso os anule em sua especificidade. Descartes detalha os termos de seu dualismo ao desenvolver a ideia de união da alma e do corpo, isto é, a condição humana de ser uma alma unida a um corpo. Nessas circunstâncias, nos parece fundamental o aprofundamento desta união por meio da adequada consideração do conceito de hábito; apesar de pouco estudado, o hábito é aquilo que permite à alma reorganizar as próprias paixões, dirigir o corpo e agir virtuosamente. Assim, este artigo considera as indicações de Merleau-Ponty sobre o dualismo cartesiano e vale-se do conceito de hábito no Tratado das paixões para investigar se Descartes aponta possíveis soluções, ou inovações, para as questões engendradas pelo dualismo de sua filosofia.
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publisher | Universidade Estadual Paulista (UNESP) |
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spelling | doaj-art-72e99a1c4a6045e6acf64b484ad0b2d92024-12-23T13:29:44ZporUniversidade Estadual Paulista (UNESP)Kínesis1984-89002021-07-01133410.36311/1984-8900.2021.v13n34.p52-80O CONCEITO DE HÁBITO A PARTIR D’AS PAIXÕES DA ALMA DE DESCARTESAbel dos Santos Beserra0https://orcid.org/0000-0003-4323-3982Mestrando em Filosofia na Faculdade de Filosofia Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo (USP) O dualismo cartesiano é alvo de crítica desde sua formulação e, conforme MerleauPonty, pode parecer contraditório sem a ideia de infinito positivo operante no grande racionalismo do século XVII. Nesse cenário, o dualismo cartesiano surge como: ou uma flagrante antinomia; ou dependente do conceito de infinito positivo. Cumpre então questionar se Descartes já não teria estabelecido argumentos capazes de aclarar o que muitos críticos consideram impasses de seu sistema. Nesse sentido, o Tratado das paixões emerge como central, pois apresenta como o corpo, algo determinado, se une à alma, que é livre, sem que isso os anule em sua especificidade. Descartes detalha os termos de seu dualismo ao desenvolver a ideia de união da alma e do corpo, isto é, a condição humana de ser uma alma unida a um corpo. Nessas circunstâncias, nos parece fundamental o aprofundamento desta união por meio da adequada consideração do conceito de hábito; apesar de pouco estudado, o hábito é aquilo que permite à alma reorganizar as próprias paixões, dirigir o corpo e agir virtuosamente. Assim, este artigo considera as indicações de Merleau-Ponty sobre o dualismo cartesiano e vale-se do conceito de hábito no Tratado das paixões para investigar se Descartes aponta possíveis soluções, ou inovações, para as questões engendradas pelo dualismo de sua filosofia. https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/12137HábitoDualismoMoralExperiênciaCartesianismo |
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