gênero contra a parede: a intersexualidade como ferramenta de análise de saberes médico-científicos

Neste artigo, refletimos sobre os modos pelos quais a intersexualidade é constituída por certos regimes discursivos neoconservadores em termos de políticas morais, como corpos violáveis a partir de uma estrutura colonial pautada no paradigma da diferença sexual e da patologização. Tecemos críticas a...

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Main Authors: Caio Bueno Horimoto, Lótus Vieira Dias, Carla Cristina de Souza, Gabriel Luis Pereira Nolasco, Anita Guazzelli Bernardes
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal da Grande Dourados 2024-12-01
Series:Revista Ñanduty
Subjects:
Online Access:https://ojs.ufgd.edu.br/nanduty/article/view/19529
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Description
Summary:Neste artigo, refletimos sobre os modos pelos quais a intersexualidade é constituída por certos regimes discursivos neoconservadores em termos de políticas morais, como corpos violáveis a partir de uma estrutura colonial pautada no paradigma da diferença sexual e da patologização. Tecemos críticas aos saberes da medicina e do direito no que tange à intersexualidade, tendo em vista que, historicamente, exerceram e exercem práticas de violências na medida em que buscam “normalizar” os corpos intersexos na lógica da matriz de inteligibilidade binária. O controle de corpos intersexos e as formas de investimentos morais e psicopatológicos se estabilizam não apenas em uma política moral, como também em um arranjo neoliberal que sustenta o envergamento da moralidade como uma dimensão individual. Lidamos com autoras e autores da perspectiva pós-estruturalista e contracoloniais, sobretudo da teoria queer, bem como com narrativas literárias de ficção científica, como uma aposta para um processo de subversão da modalidade de poder binária do sistema sexo/gênero. A literatura nos possibilitou pensar, juntos/as de Paul Preciado, sobre a necessidade de um contrato contrassexual como aposta na invenção de outras ontologias.
ISSN:2317-8590