CONDIÇÃO DO CONHECIMENTO EM ETHICA NICOMACHEA II.4,1105A 31: UMA NOVA LEITURA SOBRE O PARTICÍPIO “EIDŌS”

Em EN II.4, Aristóteles apresenta três requisitos que o agente moral virtuoso deve respeitar a fim de que sua ação seja considerada plenamente virtuosa. A enumeração desses requisitos se justifica, no contexto argumentativo do capítulo, pela necessidade de resolver uma aparente circularidade que per...

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Bibliographic Details
Main Author: Ahmad Suhail Farhat
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Estadual Paulista (UNESP) 2025-02-01
Series:Kínesis
Subjects:
Online Access:https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/kinesis/article/view/16668
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Description
Summary:Em EN II.4, Aristóteles apresenta três requisitos que o agente moral virtuoso deve respeitar a fim de que sua ação seja considerada plenamente virtuosa. A enumeração desses requisitos se justifica, no contexto argumentativo do capítulo, pela necessidade de resolver uma aparente circularidade que permeia a seguinte tese: tornamo-nos agentes morais virtuosos através da prática de ações virtuosas (1103a 30 - b2, 1103b 14-21). Em EN II.4, 1105a 29-33, Aristóteles afirma que os agentes morais virtuosos praticam as ações plenamente virtuosas do seguinte modo: i) sabendo (eidōs); ii) acolhendo, por deliberação prévia, seus cursos de ação, e acolhendo-os por sua própria correção moral; iii) portando-se de modo firme e sem hesitação. Neste texto, meu objetivo é discutir o requisito i), que envolve a noção de conhecimento. Ao longo das últimas décadas, pouca atenção tem sido dada a qual é, precisamente, o sentido dessa noção no contexto argumentativo de EN II.4. Pretendo mostrar que o tipo de conhecimento exigido para que a ação seja plenamente virtuosa é característico da phronēsis e não se limita ao conhecimento envolvido na prática de ações voluntárias, tais como são descritas em EN III.1.
ISSN:1984-8900