´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências

Este trabalho objetiva compreender os significados atribuídos pelas mulheres que vivem com HIV, acerca das concepções de gênero, sexualidade e corpo, nas suas experiências após o diagnóstico. Para isso, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, com três mulheres, que vivem com HIV....

Full description

Saved in:
Bibliographic Details
Main Authors: Caroline Felli Kubiça, Monise Gomes Serpa, Camila dos Santos Gonçalves
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC) 2024-08-01
Series:Psi Unisc
Subjects:
Online Access:https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/18527
Tags: Add Tag
No Tags, Be the first to tag this record!
_version_ 1832592994366128128
author Caroline Felli Kubiça
Monise Gomes Serpa
Camila dos Santos Gonçalves
author_facet Caroline Felli Kubiça
Monise Gomes Serpa
Camila dos Santos Gonçalves
author_sort Caroline Felli Kubiça
collection DOAJ
description Este trabalho objetiva compreender os significados atribuídos pelas mulheres que vivem com HIV, acerca das concepções de gênero, sexualidade e corpo, nas suas experiências após o diagnóstico. Para isso, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, com três mulheres, que vivem com HIV. Os resultados mostraram que as mulheres interlocutoras deste estudo vivenciaram situações de violações aos seus direitos, assim como de constrangimento e misoginia devido ao diagnóstico, seja nos serviços de saúde, seja na rede de relações afetivas. Ressalta-se que a vigilância à sexualidade e ao corpo das mulheres, somada à carga moral que o HIV carrega, são fatores que acarretam maior vulnerabilidade às situações de preconceito. Percebeu-se que o tempo de vivência e o ano de descoberta do HIV são marcadores importantes para entender a singularidade da experiência de cada mulher. A importância de se trabalhar as questões de gênero em práticas preventivas se mostrou necessária diante das concepções ainda presentes de que o casamento e as relações afetivo-sexuais fixas são fatores de proteção ao HIV. Almeja-se que as práticas de interação com as mulheres que vivem com HIV não reproduzam a lógica de preconceito e discriminação, e que o conhecimento possa desconstruir concepções que favoreçam a iniquidade de gênero. Ademais, espera-se que as mulheres que vivem com HIV encontrem na sociedade um espaço de inserção social, e que as condutas de cuidado para com elas sejam permeadas pelo acolhimento respeitoso e sensível, com a presença de vínculo, amparo e confiança, buscando tornar tal experiência a menos dolorosa possível.
format Article
id doaj-art-4df20c457d98424c9827aca889d244fd
institution Kabale University
issn 2527-1288
language Portuguese
publishDate 2024-08-01
publisher Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)
record_format Article
series Psi Unisc
spelling doaj-art-4df20c457d98424c9827aca889d244fd2025-01-20T19:03:24ZporUniversidade de Santa Cruz do Sul (UNISC)Psi Unisc2527-12882024-08-018233134810.17058/psiunisc.v8i2.1852717901´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivênciasCaroline Felli Kubiça0Monise Gomes Serpa1Camila dos Santos Gonçalves2Universidade Franciscana (UFN), Santa Maria - RS/BrasilUniversidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Porto Alegre – RS/BrasilUniversidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), Bagé - RS/BrasilEste trabalho objetiva compreender os significados atribuídos pelas mulheres que vivem com HIV, acerca das concepções de gênero, sexualidade e corpo, nas suas experiências após o diagnóstico. Para isso, foram realizadas entrevistas individuais semiestruturadas, com três mulheres, que vivem com HIV. Os resultados mostraram que as mulheres interlocutoras deste estudo vivenciaram situações de violações aos seus direitos, assim como de constrangimento e misoginia devido ao diagnóstico, seja nos serviços de saúde, seja na rede de relações afetivas. Ressalta-se que a vigilância à sexualidade e ao corpo das mulheres, somada à carga moral que o HIV carrega, são fatores que acarretam maior vulnerabilidade às situações de preconceito. Percebeu-se que o tempo de vivência e o ano de descoberta do HIV são marcadores importantes para entender a singularidade da experiência de cada mulher. A importância de se trabalhar as questões de gênero em práticas preventivas se mostrou necessária diante das concepções ainda presentes de que o casamento e as relações afetivo-sexuais fixas são fatores de proteção ao HIV. Almeja-se que as práticas de interação com as mulheres que vivem com HIV não reproduzam a lógica de preconceito e discriminação, e que o conhecimento possa desconstruir concepções que favoreçam a iniquidade de gênero. Ademais, espera-se que as mulheres que vivem com HIV encontrem na sociedade um espaço de inserção social, e que as condutas de cuidado para com elas sejam permeadas pelo acolhimento respeitoso e sensível, com a presença de vínculo, amparo e confiança, buscando tornar tal experiência a menos dolorosa possível.https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/18527hivimagem corporaliniquidade de gêneropsicologiasexualidade
spellingShingle Caroline Felli Kubiça
Monise Gomes Serpa
Camila dos Santos Gonçalves
´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
Psi Unisc
hiv
imagem corporal
iniquidade de gênero
psicologia
sexualidade
title ´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
title_full ´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
title_fullStr ´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
title_full_unstemmed ´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
title_short ´´Na hora de abrir as pernas não pensou´´: HIV, mulheres e vivências
title_sort ´´na hora de abrir as pernas nao pensou´´ hiv mulheres e vivencias
topic hiv
imagem corporal
iniquidade de gênero
psicologia
sexualidade
url https://online.unisc.br/seer/index.php/psi/article/view/18527
work_keys_str_mv AT carolinefellikubica nahoradeabriraspernasnaopensouhivmulheresevivencias
AT monisegomesserpa nahoradeabriraspernasnaopensouhivmulheresevivencias
AT camiladossantosgoncalves nahoradeabriraspernasnaopensouhivmulheresevivencias