As reivindicações da dor: crítica e sofrimento em Theodor W. Adorno

A relação entre sofrimento e crítica da sociedade, em Adorno, é foco de mal-entendidos na literatura. De um lado, encontram-se aqueles que entendem que Adorno se equivocou, ao extrair normatividade de modo imediato do sofrimento, psicologizando a crítica e associando a não identidade ao lugar socia...

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Main Authors: Luiz Philipe de Caux, Eduardo Neves Silva
Format: Article
Language:English
Published: Universidade Estadual Paulista 2025-01-01
Series:Trans/Form/Ação
Subjects:
Online Access:https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/transformacao/article/view/16831
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Summary:A relação entre sofrimento e crítica da sociedade, em Adorno, é foco de mal-entendidos na literatura. De um lado, encontram-se aqueles que entendem que Adorno se equivocou, ao extrair normatividade de modo imediato do sofrimento, psicologizando a crítica e associando a não identidade ao lugar social da vítima. De outro lado, estão aqueles que compreendem afirmativamente que uma normatividade intrínseca ao sofrimento é que justifica a crítica social e dá o seu critério. O artigo pretende questionar os pressupostos comuns a essas duas posições, mostrando que, para Adorno, o sofrimento não é portador de uma normatividade própria, nem cumpre nenhuma função de justificação ou fundamentação, seja teórica, seja prática. A tese adorniana é que o sofrimento move a crítica e que, nesse sentido, a teoria, longe de ser neutra, está somaticamente implicada em seu objeto, possuindo, por isso, um forte componente expressivo.
ISSN:0101-3173
1980-539X