O comentário da jornalista Salete Lemos no Jornal da Cultura em 31/5/2007: um ato discursivo parresiástico?

Em 2007, a jornalista Salete Lemos foi demitida da TV Cultura, dois meses após ter feito, ao vivo, uma crítica ácida aos bancos e ao governo brasileiros. Neste ensaio, examino a possibilidade de que o episódio, tomado como cena, configure-se como parresia, no sentido apontado por Foucault (2008b) c...

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Bibliographic Details
Main Author: Vidomar Silva Filho
Format: Article
Language:Portuguese
Published: Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós-Graduação em Linguística 2008-04-01
Series:Working Papers em Linguística
Online Access:https://periodicos.ufsc.br/index.php/workingpapers/article/view/7170
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Description
Summary:Em 2007, a jornalista Salete Lemos foi demitida da TV Cultura, dois meses após ter feito, ao vivo, uma crítica ácida aos bancos e ao governo brasileiros. Neste ensaio, examino a possibilidade de que o episódio, tomado como cena, configure-se como parresia, no sentido apontado por Foucault (2008b) como o dizer franco e verdadeiro no contexto democrático. Inicialmente, apresento a parresia, limitando-me aos seus sentidos anteriores ao cristianismo. A seguir, configuro o evento discursivo como cena teatral. Por fim, examino a possibilidade de que se esteja diante de um evento discursivo parresiástico. Para isso, postulo a mobilização de uma personagem, o brasileiro indignado, cuja enunciação comporta todos os elementos da parresia: a isonomia, a sociedade agonística, o dizer verdadeiro e a coragem.
ISSN:1984-8420