Marcio POCHMANN. Nova Classe Média? O trabalho na base da pirâmide social brasileira. São Paulo: Boitempo, 2012. 123 páginas.
De 2002 a 2012, a constante atividade teórica do Professor Marcio Pochmann resultou em abundante coleção de textos sobre a situação econômica do Brasil. São mais de 200 textos entre artigos, ensaios e capítulos de livros, que, em sua maioria, versam sobre o tema da dinâmica das relações de trabalho...
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Published: |
Universidade Federal de Pernambuco (UFPE)
2013-03-01
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Series: | Estudos de Sociologia |
Online Access: | https://periodicos.ufpe.br/revistas/index.php/revsocio/article/view/235250 |
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author | Vinicius Lobo |
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description | De 2002 a 2012, a constante atividade teórica do Professor Marcio Pochmann resultou em abundante coleção de textos sobre a situação econômica do Brasil. São mais de 200 textos entre artigos, ensaios e capítulos de livros, que, em sua maioria, versam sobre o tema da dinâmica das relações de trabalho no Brasil. A Nova Classe Média é, entre organizações, publicações e edições, seu quadragésimo livro. Trata-se de uma análise do trabalho na base da pirâmide de rendimentos da sociedade brasileira e é uma obra importante sob vários aspectos, em primeiro lugar, porque se propõe a ir além da abordagem do problema, proposta pelos monopólios dos meios de comunicação que alegam ser uma “nova classe média” o resultado fundamental do recente movimento geral na estrutura da sociedade brasileira. Para Pochmann, tal alegação sequestra o debate sobre a recente mudança social e econômica do país, reduzindo o problema da estratificação social a um viés consumista que nega a essência da estrutura de classe na qual o capitalismo molda a sociedade. Em segundo lugar, porque busca compreender essa suposta nova classe social brasileira a partir de uma observação das alterações nas estruturas produtivas que são a causa de sua ascensão, o que o leva a concluir que essa ascensão social é resultado da renovação do trabalho na base da pirâmide social brasileira, ou seja, um fenômeno predominantemente vinculado às menores remunerações do mercado, a uma melhora no nível mínimo de rendimento. Em terceiro lugar, gostaria então de ressaltar que sua tentativa de aprofundar a reflexão sobre a recente mobilidade social brasileira termina por oferecer uma nova interpretação do fenômeno, a de que o grosso da população emergente não se encaixa em critérios objetivos que possam ser identificados como de classe média. Defende que a população emergente na verdade associa-se às características gerais das classes populares, que por elevar sua renda, aumentam imediatamente seu padrão de consumo. O trabalhador que gasta tudo que ganha não poupa, logo, em termos de propriedade ou de ativos econômicos, não tem como se aproximar da burguesia, tal qual a classe média. Há, portanto, um aumento na classe trabalhadora, equivocamente identificada como uma nova classe média. Por último, gostaria de destacar a grande oferta de informações que é feita, dentro da reflexão mais geral acima mencionada, sobre as principais formas de manifestação do trabalho quando pouco remunerado.
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