ID101 Monitorização residencial da pressão arterial no diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica em adultos com suspeita da doença: uma análise de custo-utilidade

Introdução O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e medida de consultório da pressão arterial para o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS). No entanto, a HAS pode estar tanto superestimada, pelo uso apenas da medida de c...

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Main Authors: Rosa Camila Lucchetta, Ludmila Gargano, Mariana Fachi, Haliton Alves Oliveira Junior
Format: Article
Language:English
Published: Instituto Nacional de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia 2024-11-01
Series:Jornal de Assistência Farmacêutica e Farmacoeconomia
Subjects:
Online Access:https://ojs.jaff.org.br/ojs/index.php/jaff/article/view/908
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description Introdução O Sistema Único de Saúde (SUS) disponibiliza a monitorização ambulatorial da pressão arterial (MAPA) e medida de consultório da pressão arterial para o diagnóstico da hipertensão arterial sistêmica (HAS). No entanto, a HAS pode estar tanto superestimada, pelo uso apenas da medida de consultório, quanto subestimada, devido ao não comparecimento às consultas médicas e à falta de acessibilidade à MAPA. Nesse contexto, a monitorização residencial da pressão arterial (MRPA) pode ser uma alternativa aos exames disponíveis no SUS. Assim, este estudo estimou a razão de custo-utilidade incremental (RCUI) da MRPA em relação à MAPA e à medida de consultório para o diagnóstico de HAS em adultos. Métodos Foi elaborada uma árvore de decisão acoplada a modelo de estados transicionais de cadeias de Markov; considerando horizonte temporal de 10 anos; ciclos anuais; taxa de desconto de 5%; custos diretos com diagnóstico, medicamentos, procedimentos ambulatoriais e hospitalares relacionados ao tratamento de HAS, acidente vascular cerebral (AVC) e cardiopatia isquêmica. Anos de vida ajustados pela qualidade (QALY) e custos foram os desfechos considerados. Com base na adaptação de avaliações publicadas, o modelo abrangeu nove estados de saúde, sendo: quatro estados de saúde iniciais, em que o paciente não sofreu nenhum evento cardiovascular maior e está recebendo o diagnóstico positivo ou negativo de HAS (i.e., verdadeiro ou falso, positivo e negativo); dois estados de saúde transitórios (i.e., AVC e outros eventos de cardiopatia isquêmica); dois estados de saúde pós-evento e morte por todas as causas. Resultados verdadeiros positivos (VP), falso positivos (FP), verdadeiro negativos (VN) e falso negativos (FN) de MRPA e medida de consultório foram considerados, tendo MAPA como teste de referência. Eficácia do tratamento medicamentoso foi considerado a depender da veracidade do diagnóstico de HAS e da utilização de tratamento (VP, probabilidade de eventos cardiovasculares em indivíduos com HAS e tratamento; FP, probabilidade de eventos cardiovasculares em indivíduos sem HAS; FN, probabilidade de eventos cardiovasculares em indivíduos com HAS e sem tratamento; ou VN, probabilidade de eventos cardiovasculares em indivíduos sem HAS). Valores de utilidade relacionados aos estados de saúde do modelo foram coletados de estudo nacional. Análises de sensibilidade determinística e probabilística foram realizadas. Resultados MRPA e medida de consultório apresentaram os menores custos globais (R$ 356), seguidas pela MAPA (R$ 367). A MAPA apresentou a maior efetividade (5,4665 QALY), seguida por MRPA (5,4595 QALY) e medida de consultório (5,4575 QALY). A MRPA em comparação com a MAPA tem uma RCEI de - R$ 1541/QALY perdido (ou seja, R$ 1541 são economizados por QALY perdido), mas domina a medida de consultório. Aná[1]lises de sensibilidade sugeriram incerteza de reduzida importância dado que as diferenças de custo e efetividade foram marginais. Discussões e conclusões Foi identificado que a MRPA é custo-efetiva em relação à MAPA e domina a medida de consultório, além do que, a perda de benefício contra a MAPA é marginal. Os resultados de QALY podem ter sido mascarados pela baixa frequência de eventos cardiovasculares maiores e morte, que foram ainda mais reduzidos pelo tratamento considerado. Além disso, os baixos custos incrementais devem-se ao baixo custo de utilização das tecnologias.
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